Tendências do preço da habitação em Portugal em 2024

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Tendências do preço da habitação em Portugal em 2024

O mercado imobiliário em Portugal manteve o seu dinamismo ao longo de 2024, desafiando as expectativas de estabilização decorrentes das políticas económicas mais restritivas a nível europeu. Longe de estabilizar, os preços das habitações continuaram a aumentar, impulsionados pela alta procura, pelo interesse contínuo dos investidores estrangeiros e pela escassez de oferta em algumas das zonas mais procuradas do país.

Neste artigo, revemos a evolução dos preços da habitação em Portugal ao longo dos primeiros meses de 2024 e exploramos o que se espera para o resto do ano, analisando fatores-chave como o investimento estrangeiro, o impacto das taxas de juro e as novas tendências que estão a redefinir o panorama imobiliário no país.

Aumento dos preços da habitação em Portugal

Tal como vemos noutros países, Portugal juntou-se à aceleração global dos preços da habitação. Segundo o Global House Price Index da Knight Frank, Portugal ocupa o 14.º lugar no aumento de preços entre os 56 países analisados. Neste sentido, os preços continuam a subir com um aumento de 6,5% no último ano, de 2,5% nos últimos seis meses e de 2,9% nos últimos três meses.

A subida das taxas de juro na zona euro, implementada pelo Banco Central Europeu (BCE) para combater a inflação, não travou a procura imobiliária tanto quanto se antecipava. Embora o financiamento tenha ficado mais caro, o mercado continua a demonstrar uma alta atividade, em grande medida devido ao interesse de compradores internacionais, especialmente daqueles que procuram em Portugal um destino para segunda residência ou um investimento rentável.

Lisboa e Porto: uma tendência ascendente

Lisboa e Porto continuam a liderar o crescimento dos preços da habitação. Ambas as cidades registaram um forte aumento da procura, o que manteve a pressão sobre os preços, especialmente nas áreas mais centrais e populares.

Em Lisboa, os preços continuaram a subir com força na primeira metade do ano, com um aumento próximo de 8% em relação ao ano anterior, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Os bairros mais procurados, como o Chiado, a Baixa e a zona da Avenida da Liberdade, continuam extremamente demandados, com preços que ultrapassaram os 10.000 euros por metro quadrado em alguns casos. As áreas periféricas, como Amadora, Oeiras e Sintra, também registaram um aumento significativo da procura, impulsionado por compradores que procuram preços mais acessíveis fora do centro da cidade.

Porto não ficou atrás. A cidade registou um crescimento de 6 a 7% nos preços da habitação durante os primeiros meses de 2024, com bairros como Foz do Douro e a Ribeira entre os mais procurados. Tal como em Lisboa, os compradores procuram alternativas nos arredores da cidade, o que tem impulsionado os preços em zonas emergentes como Campanhã e Bonfim. Estas áreas ainda oferecem uma certa acessibilidade, mas a procura rápida está a começar a fazer subir os preços.

Perspectivas para os próximos meses de 2024

Tal como em Espanha, as dificuldades de acesso à habitação em Portugal continuarão no curto prazo. Isto deve-se ao facto de que o custo da habitação pode crescer até 6% ao ano. Esta dinâmica, além disso, está a ser afetada pelas contínuas restrições à oferta de habitação, sobretudo em zonas pouco povoadas. No entanto, espera-se que a procura de empréstimos hipotecários e as condições de financiamento melhorem em 2024 em comparação com o ano passado, nos últimos meses do ano.

Por agora, os especialistas preveem que os preços da habitação continuarão a subir, ainda que de forma mais moderada. Fatores como a inflação e o aumento dos custos das hipotecas poderão exercer uma certa pressão descendente sobre a procura interna, mas o interesse de compra nacional e a oferta limitada de propriedades nas zonas-chave parecem que vão continuar a aumentar os preços.

O investimento estrangeiro continuará a ser um importante motor para o mercado imobiliário português, apesar de a reforma do “golden visa” excluir áreas metropolitanas como Lisboa e Porto e zonas costeiras de grande interesse turístico, como o Algarve. Isto redirecionou parte do investimento para outras regiões como o Algarve e a Madeira, onde os preços também subiram consideravelmente no que vai do ano.

Em suma, para os meses restantes de 2024, espera-se que esta tendência de subida continue, embora seja provável que o crescimento seja mais moderado em comparação com os primeiros meses do ano. As áreas mais procuradas, como Lisboa, Porto e o Algarve, continuarão a liderar o mercado, enquanto zonas mais periféricas e emergentes oferecerão oportunidades interessantes para quem procura preços mais acessíveis.

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