02. As regras básicas do investimento

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02. As regras básicas do investimento

Como em muitas outras áreas da vida, investir bem tem uma parte importante de evitar erros. Se formos prudentes, podemos ter divergências, mas é raro perdermos mesmo a camisa. O difícil é enriquecer investindo. Mas tudo será feito, ainda estamos começando. Por isso, é importante ter regras básicas claras, que lhe poupem sustos e – o mais importante – lhe permitam tomar decisões informadas.

Já lhe dissemos que o primeiro requisito para começar a investir é ter poupado, ter a sua casa financeira em ordem. A partir daí, as decisões dependem do perfil de cada investidor e do risco que queremos assumir. E o risco está intimamente ligado, por sua vez, ao momento da vida em que nos encontramos. Certamente não vamos querer investir da mesma forma se estivermos a pensar comprar um apartamento ou se quisermos reforçar a nossa reforma…

De qualquer forma, as recomendações gerais visam poupar cerca de 10% do seu salário. E investir cerca de 10 ou 15% da renda. Esta percentagem poderia ser aumentada para 30 ou 40% dependendo do que referimos: o momento vital e a aversão ao risco de cada um. Naturalmente, as regras básicas de investimento são aplicáveis a todos os investidores. Aqui vão eles:

Comece cedo

Não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje também se aplica ao investimento. Na verdade, se você ainda não começou, ainda está com sorte, porque é sempre o melhor momento. A menos que seu objetivo seja obter retornos em um curto espaço de tempo. Para a maioria dos investidores, nunca é tarde porque, a longo prazo, o mercado sempre cresce. E porque a rentabilidade, por menor que seja, multiplica as suas poupanças ao longo do tempo.

Já lhe falámos dos juros compostos. No início, o interesse faz com que o seu investimento cresça um pouco, mas depois esse interesse é aplicado a esse total um pouco maior. Consequentemente, o crescimento das suas poupanças não é aritmético, mas geométrico. Para se ter uma ideia: imagine que coloca 1.000 euros num cofrinho e que todos os meses acrescenta 30 euros. Após 20 anos, terá 8.200 euros. Se em vez do cofrinho tivesse escolhido um depósito a 2%, no ano 20 teria 10.400 euros. Depois dos 30, seriam 16.700…

Pensar a longo prazo

A economia tem os seus ciclos. Normalmente, se ele vem crescendo há muito tempo, chegará um momento em que ele para e entra em recessão – bem, a menos que você viva na Austrália. Isso afeta a avaliação dos ativos – no que você pode investir – embora seu efeito não seja uniforme. Além disso, podem surgir complicações num sector, mas não noutros. Em suma, é difícil vencer o mercado: prever o que vai acontecer para tirar vantagem.

O que não muda é que o mercado, assim como a economia, sempre cresce a longo prazo. Por isso, nunca é tarde para começar a investir – sem se deixar levar pela euforia ou pelas decisões de outros investidores. Como Warren Buffett disse: “Para ganhar dinheiro investindo você tem que comprar boas empresas e mantê-las por longos períodos de tempo”. Claro, a primeira parte é mais fácil quando você é Warren Buffett…

Diversifica

Ray Dalio, fundador do fundo de hedge Bridgewater Associates e considerado uma das pessoas mais influentes do mundo, diz que a diversificação é o “Santo Graal” do investimento. A chave para o sucesso é simples: “Encontre 15 ou 20 boas fontes de rendimento que não estejam correlacionadas entre si.” Mais uma vez, a experiência de ser Ray Dalio conta muito.

Mas a ideia é clara. Se investirmos em ativos diferentes, setores diferentes, países ou tempos diferentes, diluiremos o risco. A proposta da Urbanitae tem a diversificação em sua base: partindo de pequenos montantes, permite investir em uma pluralidade de projetos independentes e diversificar por tipo de ativo e localização.

Certifique-se de que compreende

Mesmo as opções de investimento mais clássicas merecem um exame atento. Se tiver dúvidas entre o NIR e a TAEG, não sabe o que é uma obrigação de cupão ou que diferença existe entre a rentabilidade bruta e a rentabilidade líquida, pergunte antes de decidir. E certifique-se de investir em algo cuja operação você possa entender. Parte do desastre que ocorreu na Grande Recessão – a crise global que teve origem em 2007 – é que muitos investiram em produtos – derivados – como CDS ou CDOs, difíceis de desvendar.

Em suma. Não enrole o cobertor sobre a cabeça ou tome decisões precipitadas. E escolha investimentos que possa explicar aos seus pais… ou que você pode tocar.