Abad Grupo Imobiliario: meio século a transformar o setor na Região de Múrcia
Last Updated on 2 Junho 2025 by Urbanitae
Desde as suas origens como uma imobiliária familiar até se tornar numa das empresas mais inovadoras do setor na Região de Múrcia, a Abad Grupo Imobiliário percorreu um caminho de crescimento constante. À frente desta empresa com quase meio século de história, Mar Abad, juntamente com os seus dois sócios, liderou esta evolução com uma abordagem humana e centrada na experiência do cliente. A ABAD promove um modelo integral, no qual acompanha o comprador em todo o processo de compra e venda, oferecendo também outros serviços de valor acrescentado como assessoria jurídica, fiscal ou recomendações em matéria de decoração, entre outros.
Mais de quatro décadas de percurso sustentam a Abad Grupo Imobiliário. Que evolução destacaria desde o início até hoje?
Foram quase cinquenta anos de evolução constante, mas, se tivesse de destacar algo, diria que o mais importante foi a nossa capacidade de adaptação sem perder a nossa essência. Começámos como uma imobiliária familiar, fundada pelo meu pai. Hoje, somos três sócios que continuaram o seu legado com paixão e determinação. Com o tempo, crescemos até nos tornarmos na empresa líder do setor em Múrcia. Mas o mais bonito é que continuamos a preservar esse atendimento próximo, humano e personalizado que sempre nos caracterizou.
O principal avanço foi passarmos de uma imobiliária tradicional para uma empresa moderna, inovadora e centrada na experiência do comprador. Apostámos no marketing emocional, na tecnologia e na criatividade.
Além disso, construímos uma equipa profissional extraordinária, que não só entende de imóveis, mas também partilha os nossos valores. E isso nota-se em cada detalhe.
Em resumo, estes anos foram uma verdadeira viagem de transformação: do familiar ao profissional, do comercial ao experiencial, e do local ao referencial. Sempre com paixão, inovação e um firme compromisso com as pessoas.
A Abad Grupo Imobiliário aposta num modelo integral. Que valor acrescentado representa esta abordagem 360º para o cliente?
Para nós, apostar num modelo integral significa acompanhar o comprador durante todo o processo, e não apenas vender-lhe uma casa. Queremos que se sinta apoiado, aconselhado e acompanhado desde o primeiro momento, e também depois da assinatura.
Esta abordagem 360º traz um grande valor acrescentado, porque vai muito além do tradicional. Não se trata apenas de mostrar casas, mas de esclarecer dúvidas legais e fiscais, aconselhar na decoração, recomendar serviços de confiança, facilitar processos e até mesmo proporcionar experiências exclusivas através do nosso programa ABAD Experience.
O cliente valoriza profundamente esta abordagem, porque encontra em nós um aliado, não um simples intermediário. Sabe que pode confiar no nosso critério, na nossa equipa e na nossa rede de colaboradores. E isso gera uma relação mais próxima, duradoura e baseada na confiança.
Em suma, o que conseguimos com esta abordagem é transformar uma operação imobiliária numa experiência completa, sem stress, com apoio real e com a tranquilidade de saber que não está sozinho num momento tão importante da sua vida.
Como se integram a inovação e a tecnologia nos processos e projetos?
A digitalização é uma tendência imparável em todos os setores, e nós não somos exceção. Implementámos uma estratégia de vendas privadas online que nos está a posicionar como uma referência em inovação dentro do setor imobiliário. Isto permite-nos captar a atenção de um público mais amplo, especialmente dos compradores mais jovens e digitais.
O nosso objetivo é convidar clientes e prescritores a usufruírem de um Acesso Premium digital, com informação antecipada sobre determinados imóveis e conteúdos audiovisuais exclusivos – como as Abad Series, dicas, conselhos, entre outros –, tudo de forma exclusiva. Desta forma, reforçamos o nosso vínculo com eles e incentivamos um maior envolvimento com a marca.
Além disso, graças a estes avanços, conseguimos testar a comercialização de um imóvel antes do seu lançamento no mercado, o que nos permite reduzir os prazos do processo de venda, já que os imóveis são vendidos mais rápido e ao preço adequado.
Murcia tornou-se um destino atrativo para quem procura uma casa ou um investimento seguro
O que procura o comprador de hoje e como é que a Abad Grupo Imobiliário está a responder?
Claramente, o cliente tem menos paciência e está mais informado. As empresas são obrigadas a agir com maior rapidez, tanto no acesso à informação por parte do cliente como no atendimento.
A possibilidade de realizar visitas online, assinar contratos digitalmente com todas as garantias legais e estar informado em todos os momentos sobre o estado do seu processo de venda, fez com que as agências imobiliárias se adaptassem de forma ágil e eficiente ao mundo digital.
Num mercado competitivo, a agilidade é essencial. Graças às nossas vendas privadas online, os clientes têm a vantagem de ser os primeiros a conhecer e avaliar novas oportunidades de investimento ou compra, o que lhes permite tomar decisões informadas mais rapidamente e com menos concorrência.
Este acesso antecipado à informação, juntamente com a exclusividade e o interesse que desperta nos clientes, encoraja-os a registar-se e a comprometer-se mais com a nossa agência. Isso não só melhora a sua experiência, como também reforça a nossa relação com eles ao oferecer-lhes um valor acrescentado significativo.
E para nós, permite-nos segmentar e conhecer melhor os nossos utilizadores registados. Podemos oferecer-lhes propriedades que correspondam melhor às suas preferências e necessidades, aumentando a eficiência da venda de imóveis e reduzindo o tempo que os mesmos permanecem no mercado.
Quais são as tendências que estão atualmente a marcar o rumo do mercado imobiliário, tanto em Espanha como na região de Múrcia?
O mercado da Região de Múrcia partilha com o resto de Espanha tendências como o aumento dos preços, a escassez de nova construção e a crescente pressão da procura.
No caso específico de Múrcia, a região atravessa um período de forte crescimento devido à elevada procura de habitação, tanto para residência permanente como para férias. Múrcia tornou-se um íman para quem procura um lar ou um investimento seguro, graças, entre outros fatores, ao seu estilo de vida inigualável, ao seu clima soalheiro e aos preços competitivos face a outras zonas de Espanha.
Observa-se uma clara tendência de subida dos preços da habitação na região, uma dinâmica que também se reflete no número de transações imobiliárias. A procura ultrapassa amplamente a oferta, especialmente na cidade de Múrcia e nas zonas costeiras.
Este desequilíbrio deve-se, em parte, à escassez de nova construção, ao aumento da procura — impulsionado por fatores como o crescimento demográfico e a valorização de zonas-chave — e a novas tendências de mercado como o rent-to-rent (modelo em que se arrenda uma propriedade para subarrendar a terceiros a curto prazo, com o consentimento do proprietário) ou o flipping (comprar uma habitação antiga a bom preço, renová-la e voltar a colocá-la no mercado).
É necessário um esforço da Administração Pública para enfrentar os desafios resultantes da escassez de solo e da necessidade de habitação acessível.
Quais são os fatores que levaram a este desequilíbrio entre oferta e procura e que soluções se podem propor para equilibrar os mercados?
A falta de solo disponível para construção de novas habitações é um dos principais desafios que o setor enfrenta. O número de habitações licenciadas anualmente é claramente insuficiente para responder à procura atual. Esta situação, aliada ao aumento dos custos de construção, agrava a pressão sobre os preços e dificulta o acesso à habitação para grandes franjas da população, sobretudo os mais jovens.
É urgente um esforço por parte da Administração Pública para enfrentar os desafios da escassez de solo e promover habitação acessível. A profissionalização, a inovação tecnológica e a sustentabilidade continuarão a ser fundamentais para o sucesso nos próximos anos.
Além disso, a industrialização da construção permitirá dinamizar o setor, reduzindo o seu caráter artesanal. Atualmente, há escassez de profissionais como carpinteiros, canalizadores e pedreiros. Este processo também facilitaria uma maior integração da mulher no setor imobiliário e contribuiria para reduzir a dependência das condições climatéricas.
Recebeu há pouco mais de um ano o prémio de Empresária do Ano da Organização Murciana de Mulheres Empresárias, Profissionais e Gestoras (OMEP). O que significa esta distinção para si, para a Abad Grupo Imobiliário e para o impulso das mulheres no seto
Este prémio é muito especial para mim, porque não só reconhece um trabalho e um percurso, mas também uma forma de entender o setor imobiliário. A empresa foi fundada pelo meu pai, e nós continuámos o seu legado e impulsionámos o seu crescimento. Para mim, representa um grande incentivo: uma motivação para continuar a inovar, a crescer e, acima de tudo, a quebrar estereótipos.
Para a empresa, trata-se de um reconhecimento coletivo. Nada do que fazemos seria possível sem a equipa humana que está por trás: a minha irmã, o meu cunhado e todas as pessoas que acreditaram neste projeto desde o primeiro dia. É com emoção que vemos o nosso trabalho, feito com paixão e uma abordagem diferenciadora, ser valorizado.
E, claro, este prémio tem um significado especial para todas as profissionais do setor. Sempre que uma de nós é reconhecida, abre caminho para outras. Esta distinção mostra que é possível liderar num setor como o nosso com uma visão diferente, próxima, inovadora e com valores. Espero que sirva de inspiração a mais mulheres para acreditarem nas suas ideias, assumirem o comando dos seus projetos e não terem medo de liderar com o seu próprio estilo. Ainda há muito a fazer, mas estamos no bom caminho.
O setor sempre foi tradicionalmente masculino. Como foi a sua experiência como mulher à frente da Abad Grupo Imobiliário e o que mudou nestes anos?
É verdade que o setor imobiliário tem sido, historicamente, um ambiente maioritariamente masculino. No entanto, a minha experiência como mulher à frente de uma empresa imobiliária tem sido, acima de tudo, um processo de evolução e aprendizagem, num contexto de mudança profunda da sociedade.
Quando comecei, era evidente que, em muitas ocasiões, tinha de me esforçar o dobro apenas por ser mulher, como se tivesse de conquistar o respeito duas vezes. Mas acredito que isso me deu força para fazer as coisas à minha maneira, sem tentar imitar modelos clássicos de liderança. Vi isso como uma oportunidade para romper moldes e mostrar que se pode liderar de forma diferente: com empatia, proximidade, colaboração e uma visão mais ampla do que é gerar valor.
Acredito que as mulheres trouxeram uma sensibilidade distinta, uma forma mais integral de entender a relação com o cliente, a importância das equipas humanas e a capacidade de inovar a partir do emocional e do experiencial. No nosso caso, isso reflete-se em projetos como o ABAD Experience, onde não vendemos apenas casas, mas criamos comunidade, relações e confiança. Apostámos em criar vivências para o comprador, em cuidar dos detalhes e em humanizar o processo de compra e venda de uma habitação.
E tudo isso está ligado a uma visão mais feminina — embora não exclusivamente. Continuo a acreditar que ainda há um longo caminho pela frente, mas hoje já não somos uma exceção. Somos cada vez mais, e estamos a contribuir significativamente para o setor. E isso é motivo de orgulho e motivação para continuar a abrir portas para as mulheres que aí vêm.