Porque é que os grandes patrimónios investem no imobiliário

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Porque é que os grandes patrimónios investem no imobiliário

Last Updated on 6 Maio 2025 by Urbanitae

Em momentos de incerteza económica, até os grandes patrimónios investem em imobiliário, devido à baixa volatilidade que os investimentos em bens imobiliários implicam e à constante valorização que este tipo de ativos oferece. De acordo com os dados do relatório Real Estate Market Outlook publicado pela CBRE, o investimento imobiliário cresceu 20% em 2024 e apresenta perspetivas positivas para 2025, tendência sustentada pela procura estrangeira e pela descida das taxas de juro, fatores-chave para ultrapassar a instabilidade gerada pelos recentes eventos políticos.

Porque é que os milionários investem em imobiliário?

O interesse dos grandes patrimónios pelos ativos imobiliários tem vindo a aumentar até se consolidar como um fenómeno relevante, já que estes ativos se destacam pelas atrativas possibilidades de investimento, rentabilidade e capacidade de reconversão, tornando esta opção muito interessante num contexto macroeconómico turbulento.

Neste sentido, Borja Ortega, sócio de Real Estate na Diaphanum, destaca como a confiança e a rentabilidade continuam a evidenciar o valor que o imobiliário proporciona: “O imobiliário tornou-se um setor a considerar dentro do leque de oportunidades oferecidas pelo mercado. Juntamente com os investimentos puramente financeiros, private equity ou outros, o setor imobiliário oferece, apesar da sua relativa iliquidez, um ambiente de maior segurança e estabilidade do que os seus concorrentes.”

Desta forma, possibilita-se a busca por refúgio em ativos tangíveis que permitem preservar e aumentar a riqueza, ao mesmo tempo que se alcança uma diversificação da carteira através de propriedades residenciais, comerciais ou industriais. Além disso, os ativos imobiliários tendem a não ser afetados pela inflação, mantendo ou até aumentando o seu valor a curto e médio prazo.

“Vivemos num mundo de grande instabilidade. Os investimentos são afetados por fatores que antes eram apenas económicos, como políticas tarifárias, e externos, como crises sanitárias ou conflitos armados. Perante isto, o investimento imobiliário a médio prazo, adquirido com aconselhamento e avaliando a liquidez futura do ativo, é sempre positivo”, explica o especialista da Diaphanum.

Os grandes patrimónios investem em imobiliário?

Existem múltiplos produtos através dos quais os grandes patrimónios optam por diversificar os seus ativos dentro do setor imobiliário.

– Bens imóveis. O investimento direto em propriedades visa obter ganhos através da sua valorização ou gerar rendimentos periódicos. De facto, segundo dados fornecidos pela Fotocasa, Espanha atingiu uma rentabilidade média da habitação em 2024 de 6,7%, demonstrando assim as possibilidades do setor.

– SOCIMIs. Esta opção é uma das mais populares entre os grandes patrimónios, permitindo obter rendimentos interessantes sem necessidade de adquirir propriedades diretamente nem de se envolver num processo mais complexo.

– Investimento em fundos imobiliários. Permitem diversificar e ampliar as possibilidades de aumento de rentabilidade sem a necessidade de gerir diretamente os ativos. Exigem, no entanto, valores mínimos de capital mais elevados — geralmente na ordem dos 10.000 a 50.000 euros — ficando assim afastados das possibilidades do pequeno investidor.

– Produtos alternativos como o crowdfunding imobiliário. Plataformas de crowdfunding como a Urbanitae são um exemplo de prestadores de serviços de investimento e financiamento em projetos imobiliários, permitindo que qualquer investidor aceda a oportunidades neste setor, seja com pequenos ou grandes montantes.

De igual forma, a localização ganha relevância, concentrando o atrativo do setor imobiliário nas cidades com maior procura. Madrid ultrapassou Paris no segundo lugar do ranking da CBRE que mede as cidades mais atrativas para os investidores, enquanto Barcelona ocupa a quarta posição. Ambas as cidades refletem o crescimento e a capacidade que as principais áreas urbanas têm no mercado imobiliário europeu. Entretanto, o interesse pelo mercado imobiliário espanhol também se expandiu a outras cidades, com Valência e Granada a ganharem relevância nos setores comercial e hoteleiro, oferecendo novas oportunidades de investimento.

O aconselhamento é fundamental

Aproveitar o potencial que este tipo de investimentos gera é um passo adicional numa estratégia orquestrada pelos Family offices para otimizar a proteção e o crescimento do património, tornando-se num dos ativos-chave para este segmento. Para garantir o sucesso e gerar valor nestes investimentos, os grandes patrimónios seguem um processo que inclui analisar e selecionar as localizações, diversificar o portefólio, ter uma visão a longo prazo, contar com aconselhamento profissional e não perder de vista a liquidez.

Sobre o crowdfunding imobiliário, Ortega sublinha que “sem dúvida, é um novo elemento de investimento muito atrativo. É consequência da transformação e da grande profissionalização que o mercado imobiliário sofreu nos últimos anos, juntamente com a entrada massiva da tecnologia no setor. Oferece financiamento alternativo ao promotor e rentabilidades atrativas ao investidor, mas que não devem cegar, ou seja, é sempre necessário analisar a contraparte e dar primazia à segurança. Acreditamos ainda que é a primeira pedra de um mercado que evoluirá para investimentos que combinem imobiliário e tecnologia em maior escala, como a tokenização de ativos”.

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diego.gallego@urbanitae.com

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