Investimento ativo vs. investimento passivo: qual abordagem é mais rentável?
Quando pensamos em como gerir os nossos investimentos, uma das decisões mais importantes gira em torno da estratégia a seguir: optar por um investimento ativo ou passivo. Ambas as estratégias têm abordagens distintas e têm gerado debates entre os especialistas, uma vez que a sua rentabilidade pode variar conforme as condições do mercado e as características de cada investidor. De forma geral, o investimento ativo envolve uma intervenção constante na gestão dos ativos, confiando na capacidade de aproveitar as oportunidades e superar o mercado. Por outro lado, o investimento passivo foca-se em replicar um índice e, portanto, a rentabilidade do mercado, minimizando custos e oferecendo estabilidade. Mas qual dessas abordagens é mais rentável a longo prazo? Neste artigo, vamos analisar as características, vantagens e riscos potenciais de cada estratégia, para tomar a decisão mais informada possível.
O que é o investimento ativo?
O investimento ativo implica a gestão ativa de um portfólio por um investidor. O princípio básico desta estratégia é superar o mercado ou um índice de referência. Os gestores analisam tendências económicas, estatísticas de empresas, mudanças políticas e outros fatores para selecionar ativos específicos e ajustar as posições do portfólio para bater o mercado. No entanto, como lembra Rainer Zitelmann em “Liberdade financeira”, “diversos estudos têm demonstrado que os investidores raramente alcançam estes resultados – se é que alguma vez os conseguem.”
No setor imobiliário, esta abordagem traduz-se na compra direta de imóveis para renovação, gestão de portfólios diversificados de ativos ou reposicionamento de imóveis consoante as tendências do mercado. Os fundos de investimento imobiliário ativos concentram-se em detectar oportunidades, como áreas emergentes ou ativos com potencial de valorização, e tomar decisões rápidas. Embora esta estratégia possa gerar altos rendimentos, também está sujeita a elevados custos operacionais, risco de seleção e a necessidade de ter experiência ou estar bem informado.
Vantagens e desvantagens do investimento ativo
A principal vantagem é a possibilidade de ganhos mais elevados e a flexibilidade de aproveitar movimentos do mercado. Um bom gestor de fundos pode antecipar-se à tendência e maximizar as oportunidades. No entanto, esta estratégia tem desvantagens: as comissões de gestão e transação tendem a ser elevadas, e o risco de erro na seleção dos ativos pode levar a rendimentos inferiores aos do mercado.
O que é o investimento passivo?
O investimento passivo, por sua vez, procura replicar o desempenho de um índice ou mercado sem procurar superá-lo. Em geral, os investidores passivos compram e mantêm ativos a longo prazo, com ajustes muito limitados.
No setor imobiliário, o investimento passivo está associado a produtos como REIT (Real Estate Investment Trusts) indexados, que replicam o comportamento de um índice de ativos imobiliários. Os investidores optam por um portfólio diversificado de imóveis, desfrutando de rendimentos mais previsíveis e de menores custos de gestão. Embora a rentabilidade possa ser inferior à das abordagens ativas em períodos de crescimento acelerado, o investimento passivo proporciona maior segurança em mercados voláteis.
Vantagens e desvantagens do investimento passivo
A abordagem passiva oferece custos baixos, devido à menor rotação de ativos e à falta de intervenção ativa ou necessidade de ajuda de um gestor. Além disso, historicamente, tem mostrado um desempenho sólido e constante, especialmente em mercados maduros. No entanto, carece de flexibilidade para se ajustar rapidamente às mudanças, o que pode ser uma desvantagem em mercados voláteis, pois pode reduzir a rentabilidade.
Rentabilidade: qual escolher?
A escolha entre investimento ativo e passivo depende em grande parte do perfil do investidor, do seu conhecimento do mercado e da sua tolerância ao risco. Estudos sugerem que, a longo prazo, os fundos passivos tendem a superar os ativos em termos de rentabilidade líquida, devido aos custos mais baixos. No entanto, em contextos específicos (como mercados emergentes ou setores especializados), a gestão ativa pode captar ganhos significativos.
Para os investidores que procuram uma participação ativa na tomada de decisões e estão dispostos a assumir maiores custos e riscos, o investimento ativo pode ser atrativo. Por outro lado, aqueles que priorizam a simplicidade, a diversificação e os custos baixos podem optar por uma abordagem passiva.
Conclusão: uma estratégia personalizada
Não existe uma abordagem universalmente superior. O importante é compreender o contexto do mercado e os objetivos financeiros. Muitos investidores optam por uma combinação de ambas, aproveitando a estabilidade dos fundos indexados junto com investimentos ativos que possam capturar oportunidades específicas. A diversificação de abordagens pode ser a chave para otimizar a rentabilidade, sem sacrificar o controlo dos riscos.
Antes de tomar uma decisão, deve-se sempre considerar as opções com base no horizonte temporal, na tolerância ao risco e nas metas financeiras, avaliando qual abordagem (ou combinação de ambas) se ajusta melhor aos nossos objetivos.