O despertar das “residências de marca” na Europa
As alianças entre marcas de luxo e o setor imobiliário estão na moda. São as residências de marca, que introduzem um novo conceito de habitações de super luxo na Europa. Segundo a consultora imobiliária Savills, há mais de 1.300 projetos residenciais prime ligados a grandes marcas em todo o mundo: mais de 690 projetos concluídos e outros 600 que se prevê sejam entregues até 2030.
Espanha destaca-se como o país europeu com mais propriedades deste tipo em curso, acima de países como a Grécia e outros mercados como França ou Croácia. O nosso país conta atualmente com seis projetos concluídos e 12 em curso (271 unidades concluídas e 448 por construir).
As residências de marca geralmente operam em conjunto com marcas hoteleiras internacionais, mas não são apenas estas empresas que apostam neste negócio. Observa-se assim uma clara diversificação com a entrada de marcas de moda, design, tecnologia, desporto e automóveis, que expandem o panorama de investimento e compra. A consultora constata o crescimento exponencial deste tipo de habitações ligadas a marcas premium ou a hotéis de cinco estrelas, com preços que variam entre três e até vinte milhões de euros.
Uma nova alternativa de investimento imobiliário
As residências de marca são desenvolvimentos de luxo que oferecem uma ampla gama de serviços que acrescentam valor à experiência e cuja exclusividade gera um maior atrativo para o investimento. É por isso que, na última década, este segmento registou um crescimento espetacular de mais de 160%, tanto em destinos de férias como urbanos, onde ganha cada vez mais popularidade, com uma faturação de mais de 30 mil milhões de euros.
Embora Madrid e Barcelona sejam os mercados urbanos mais atraentes para a realização destes projetos, a Costa do Sol é o epicentro das residências de marca na Europa. A maioria dos projetos está localizada em Marbella, Benahavís e Alcaidesa (Cádiz) e estão ligados a marcas premium como Dolce & Gabbana, Elie Saab, Fendi, Angsana, Fairmont, Four Seasons, Karl Lagerfeld ou Lamborghini.
Na capital, o desenvolvimento Four Seasons Canalejas revolucionou o conceito de habitação de luxo na capital e já tem um novo projeto à vista para Madrid após o sucesso deste último. As suas 22 residências privadas exclusivas foram vendidas em 2021 a uma média de 18.000 euros e onde o recorde superou o montante total de 11 milhões por uma penthouse. Outro dos grandes projetos de luxo na capital de Madrid, o Mandarin Oriental Residences de Madrid, no distrito de Salamanca, já vendeu praticamente todas as suas unidades com preços que chegam a superar os 25.000 euros por metro quadrado.
Previsões de crescimento
Para o futuro, espera-se que o mercado das residências de marca continue a crescer, impulsionado pela demanda contínua de propriedades de luxo e pela busca de experiências de vida exclusivas. O relatório “Global Branded Residences 2023”, elaborado pela Knight Frank, prevê um crescimento a nível global neste segmento de 55% até 2026, com um aumento anual de 12% em novos projetos. O número de projetos evoluirá a dois dígitos anuais, com Ritz-Carlton e Four Seasons como operadores com maior quota de mercado na atualidade. Estes resultados confirmam que as residências de marca são um mercado em crescimento a nível global. A América do Norte lidera em projetos, seguida pela Ásia-Pacífico e Europa, onde ainda há uma ampla margem para o crescimento.
O aumento deste tipo de produto é motivado, entre outros fatores, pelo aumento da riqueza mundial ou pela recuperação das viagens de longa distância dos últimos anos, segundo a consultora.
As residências de marca são, portanto, uma nova alternativa de investimento imobiliário que vem demonstrar que o setor residencial de luxo espanhol atravessa um momento próspero em Espanha e que atrai cada vez mais o interesse de investidores, promotores e clientes.
Para os investidores e compradores de alto nível, as residências de marca não são apenas um símbolo de status, mas também um investimento seguro e atraente.