Habitação para arrendamento: preços, rentabilidade e oportunidades

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Habitação para arrendamento: preços, rentabilidade e oportunidades

O mercado de arrendamento de habitação em Espanha atravessa um momento de intensa atividade, marcado por subidas homólogas nos preços, uma rentabilidade estável – ainda que desigual entre regiões – e uma posição de destaque no investimento em ativos residenciais.

O mês de agosto fechou com uma subida homóloga de 10,5% no preço do arrendamento, segundo os últimos dados do Idealista. Este dado confirma ainda a estabilidade dos preços nos últimos três meses, com uma ligeira queda de 0,4% face a julho.

Um total de 47 capitais espanholas registaram preços mais altos do que há um ano. A maior subida verificou-se em Segóvia (+19,6%), seguida de Teruel (+18,9%), Zamora (+18,8%), Ourense (+15,8%) e Leão (+15,6%). Apenas Soria (-0,3%) e Cuenca (-0,1%) escaparam a esta tendência.

Em termos absolutos, a plataforma indica que Barcelona continua a ser a cidade mais cara para arrendar habitação (23,1 €/m2), à frente de Madrid (22,2 €/m2) e San Sebastián (18,4 €/m2). Seguem-se Palma (18 €/m2), Málaga (15,5 €/m2), Valência (15,3 €/m2) e Bilbau (15 €/m2).

O mercado de quartos em casas partilhadas também apresenta uma evolução ascendente. A oferta cresceu 24% em termos homólogos no segundo trimestre. No entanto, a procura manteve-se, e o número de interessados por anúncio caiu 2%. Este equilíbrio limitou a subida dos preços, que se situa em 5% anual, até uma média de 420 euros mensais, segundo o Idealista. Neste segmento, Barcelona volta a liderar a lista com 570 euros mensais, seguida de Madrid (527 €) e San Sebastián (475 €).

Rentabilidade da habitação para arrendamento

A habitação para arrendamento mantém o seu atrativo como ativo de investimento. De acordo com o relatório A rentabilidade da habitação em Espanha em 2025 da Fotocasa, a rentabilidade média situa-se em 6,5% no segundo trimestre, idêntica à registada em 2023 e 2024. Ainda assim, representa uma ligeira redução face a 2020, quando atingia os 6,9%.

Este nível de rentabilidade mantém-se acima dos 6% pelo oitavo ano consecutivo, embora com uma “mudança estrutural relevante”: as melhores oportunidades encontram-se agora em áreas periféricas e cidades secundárias, onde a procura de habitação supera a oferta e os preços de compra ainda não dispararam.

Por comunidades, os maiores rendimentos concentram-se em Castilla-La Mancha (7,9%), Catalunha (7,8%) e Cantábria (7,3%). Também superam a média nacional Castilla y León, Aragão, Múrcia, Comunidade Valenciana e Estremadura. Em contrapartida, ficam abaixo Galiza (6,3%), País Basco (5,7%), Canárias (5,7%), Andaluzia (5,4%), Madrid (5,4%) e, em último lugar, Baleares (4,3%).

Interesse dos investidores na habitação para arrendar

O arrendamento habitacional consolida-se igualmente como um dos principais motores do investimento residencial em Espanha. De acordo com a consultora Colliers, em 2024 os modelos de flex living e residências de estudantes (PBSA, pela sigla em inglês) concentraram 66% do volume transacionado. Esta tendência mantém-se em 2025, com especial destaque para o segmento do alojamento para estudantes, considerado um dos asset class mais atrativos pela sua resiliência e capacidade de crescimento.

O mercado de arrendamento residencial em Espanha atravessa uma fase de mudanças intensas, marcada pela subida dos preços, pelas alterações regulatórias, pela consolidação de novos modelos de arrendamento e pela evolução nas preferências dos inquilinos. A procura orienta-se cada vez mais para habitações com características específicas, como espaços exteriores ou contratos flexíveis, enquanto a oferta não cresce ao mesmo ritmo, gerando tensões adicionais. Este cenário coloca desafios a proprietários, gestores e investidores num contexto cada vez mais dinâmico e competitivo.

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diego.gallego@urbanitae.com

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