Como investir de acordo com a sua idade
Investir é uma ferramenta essencial para construir e proteger o património pessoal ao longo da nossa vida. No entanto, a idade tem uma influência significativa na abordagem ao investimento, uma vez que, embora não seja determinante na escolha da nossa estratégia, é importante avaliar a capacidade de assumir riscos, o horizonte temporal e as necessidades financeiras específicas de cada pessoa. Com uma planificação adequada e bem adaptada a cada fase da vida, investir de acordo com a idade pode maximizar o crescimento do capital na juventude, consolidá-lo na maturidade e protegê-lo na reforma.
Neste caso, os conselhos serão aplicados num contexto geral, tendo em conta a situação socioeconómica média de cada fase da vida e os seus factores comuns, como o prazo de investimento e a estabilidade dos rendimentos. Por exemplo, as ações tendem a ser mais atractivas quando se tem mais tempo para recuperar eventuais perdas, enquanto os produtos de rendimento fixo e os investimentos mais estáveis ganham relevância à medida que se aproxima a reforma. A seguir, exploraremos alguns conselhos e produtos de investimento adequados a cada fase da vida.
Investir na casa dos 20: crescimento de capital e aposta a longo prazo
Para quem está na casa dos 20, começando a trabalhar e a estabilizar a sua economia, o principal objectivo costuma ser a construção de capital, aproveitando o longo horizonte de investimento. Com menos compromissos financeiros e maior tolerância ao risco, as ações são uma boa opção. As ações e os fundos indexados ou ETFs (fundos cotados em bolsa) são frequentemente uma escolha ideal, pois oferecem uma exposição diversificada aos mercados nacionais e internacionais.
Além disso, iniciar contribuições regulares nestes fundos permite aos jovens aproveitarem os benefícios dos juros compostos desde o início. O investimento inicial pode ser pequeno, mas com um enfoque de poupança mensal, podemos começar a educar-nos no compromisso e na habituação de reservar uma parte do dinheiro, sabendo que o capital acumulado pode aumentar consideravelmente no futuro. As criptomoedas também podem ser consideradas nesta faixa etária, embora seja aconselhável fazê-lo com prudência e numa percentagem reduzida do portfólio, tendo em conta as suas vantagens e desvantagens.
Trinta e quarenta anos: diversificação e construção de estabilidade
Entre os 30 e os 40 anos, é recomendado consolidar uma base sólida para a segurança financeira, diversificando o portfólio e ajustando o risco. As ações podem continuar a ser a base do investimento, mas é aconselhável complementá-las com produtos de rendimento fixo, como obrigações de empresas estáveis ou fundos de investimento em obrigações, para reduzir gradualmente a exposição ao risco. Uma distribuição adequada poderia ser 60-70% em ações e o restante em rendimento fixo. Esta fase também é um bom momento para considerar um plano de pensões privado, pois estes produtos permitem aproveitar benefícios fiscais, como a redução da base tributável. Investir no sector imobiliário, através de fundos REITs ou plataformas de crowdfunding imobiliário, permite diversificar o portfólio, beneficiando da estabilidade do mercado imobiliário sem os custos da propriedade directa. Este tipo de investidores pode também gerar rendimentos passivos a longo prazo, o que é vantajoso para a planificação da reforma.
Cinquenta ou mais: segurança e protecção do património
A partir dos 50 anos, é aconselhado adotar uma estratégia de investimento focada na protecção do capital, reduzindo a exposição ao risco e apostando na estabilidade e na geração de rendimento. Nesta fase, o rendimento fixo adquire maior relevância, com opções como obrigações do Estado ou obrigações corporativas de alta qualidade creditícia que são ideais para preservar o capital. Estes produtos oferecem um retorno moderado e relativamente seguro, sendo adequados para uma fase em que o tempo de recuperação de eventuais perdas é menor.
A compra de imóveis para arrendamento ou produtos como os fundos de investimento em rendimento fixo garantem rendimentos estáveis e protecção do capital a longo prazo. Os seguros de vida ligados ao investimento são também produtos que oferecem estabilidade, garantindo um retorno moderado e constante, protegendo as poupanças e gerando rendimentos complementares para a reforma.
Um investimento eficaz implica adaptar as estratégias a cada fase da vida, aproveitando o tempo e a tolerância ao risco que acompanham a juventude e as responsabilidades de cada etapa. A ideia geral que devemos aplicar a estes conselhos é que, ao começar a nossa fase produtiva, é importante estar bem preparado antes de escolher uma estratégia e também educar-nos para o compromisso de fazer crescer o nosso dinheiro. No início, podemos explorar abordagens mais arriscadas, mas mais tarde, o ideal é combinar essas tácticas, se forem eficazes para nós, com estratégias mais estáveis e seguras, para começar a encontrar um maior equilíbrio entre risco e responsabilidade. Por fim, a partir dos 50 anos, o importante é preservar o nosso capital da melhor forma possível e procurar formas de obter rendimentos extra na fase da reforma de maneira sensata e estável.