Investimento em Private Equity: Em que consiste?

Inversión en Private Equity

Investimento em Private Equity: Em que consiste?

Last Updated on 2 Setembro 2025 by Equipo Urbanitae

Nos últimos anos, os investidores têm procurado com mais interesse fórmulas que lhes permitam diversificar as suas carteiras para além dos ativos tradicionais. As razões são claras: um ambiente económico volátil, taxas de juro variáveis e a crescente correlação entre os mercados financeiros tornam cada vez mais difícil encontrar ativos que funcionem como verdadeiros refúgios ou que acrescentem um valor diferenciador. Neste contexto, os investimentos alternativos estão a ganhar protagonismo e, entre eles, o private equity ocupa um lugar de destaque.

Embora historicamente tenha estado reservado a grandes patrimónios e instituições, o capital privado está a abrir-se a novos perfis de investidores. E se, além disso, o associarmos a um dos setores mais sólidos e tangíveis da economia, o imobiliário, o resultado é uma proposta atrativa. Neste artigo, explicamos em que consiste o private equity, como se aplica ao setor imobiliário e de que forma podes aceder a este tipo de investimento.

O que é o private equity e como funciona?

O private equity, ou capital privado, é uma modalidade de investimento que consiste em fornecer financiamento a empresas que não estão cotadas em bolsa, com o objetivo de impulsionar o seu crescimento, melhorar a sua eficiência operacional e aumentar o seu valor. Este investimento não se realiza através dos mercados públicos, mas sim mediante acordos privados, nos quais os investidores adquirem uma participação direta ou indireta no capital da empresa.

Normalmente, este tipo de operações é canalizado através de fundos especializados em private equity, geridos por profissionais. Estes fundos reúnem o capital de diferentes investidores — conhecidos como limited partners ou LPs — como fundos de pensões, seguradoras, family offices ou patrimónios individuais, e aplicam-no em empresas com elevado potencial de desenvolvimento. Por sua vez, a equipa gestora do fundo, conhecida como general partner ou GP, é responsável por selecionar os investimentos, negociar com as empresas, definir uma estratégia de crescimento e supervisionar a gestão até se alcançar o objetivo de rentabilidade.

Quando a empresa atinge um grau suficiente de maturidade ou valorização, o fundo realiza a desinvestimento ou exit, que pode ocorrer através de diferentes mecanismos: uma entrada em bolsa, a venda a outro fundo especializado, ou até a recompra de participações pelos próprios fundadores.

Estratégias de investimento em private equity

Existem várias formas de aplicar o capital privado, dependendo do momento do ciclo de vida da empresa e do nível de envolvimento que o fundo assume:

Growth capital

Investe-se em empresas que já estão a operar e têm boas perspetivas de crescimento, mas que necessitam de capital para se expandirem, internacionalizarem ou reforçarem a sua estrutura. Neste caso, o fundo entra com uma participação minoritária, oferecendo apoio estratégico sem controlar diretamente a gestão.

Buyouts

Nestes casos, o fundo adquire uma participação maioritária na empresa, assumindo o controlo. Geralmente, trata-se de companhias maduras em que se detetam ineficiências ou potencial de melhoria. Dentro desta estratégia, existem submodelos como os leveraged buyouts (LBO), em que parte da compra é financiada com dívida, ou os management buyouts (MBO), em que a equipa de gestão participa na aquisição da empresa.

Estas estratégias exigem uma análise profunda, acompanhamento constante e experiência em gestão empresarial. Por isso, o private equity é gerido quase exclusivamente por equipas especializadas, e não por investidores individuais a título próprio.

Como se aplica o private equity no setor imobiliário?

Durante anos, aceder ao private equity imobiliário foi uma possibilidade reservada quase exclusivamente a grandes patrimónios, fundos institucionais e perfis altamente especializados. As barreiras eram evidentes: altos mínimos de entrada, falta de liquidez, estruturas pouco transparentes e um horizonte de investimento longo e imprevisível.

No entanto, nos últimos tempos surgiram modelos inovadores que abriram esta possibilidade a um leque muito mais amplo de investidores.

É aqui que entra em jogo o crowdfunding imobiliário, uma fórmula que replica muitas das características do private equity tradicional — como o investimento direto em ativos não cotados, a gestão ativa e a procura de mais-valias a médio prazo —, mas fá-lo a partir de uma perspetiva muito mais acessível, transparente e flexível.

Em plataformas como a Urbanitae, por exemplo, os investidores particulares podem participar em projetos imobiliários selecionados com critérios profissionais, em colaboração com promotores experientes e sob estruturas jurídicas claras e pré-definidas. Além disso, por se tratar de projetos concretos e delimitados no tempo, o investidor mantém maior controlo e visibilidade sobre o destino do seu capital, podendo escolher entre operações com diferentes localizações, durações e níveis de risco.

O que deves ter em conta antes de investir em private equity imobiliário?

Tal como acontece em qualquer investimento em capital privado, existem riscos a considerar. O mais relevante é a ilíquidez: uma vez comprometido o capital num projeto, este não pode ser retirado até que se conclua e ocorra a desinvestimento. É também importante considerar que o sucesso depende em grande parte da execução por parte do promotor, e que os prazos podem ser afetados por fatores externos, como atrasos administrativos ou mudanças no mercado imobiliário.

No entanto, esta natureza menos líquida também obriga o investidor a adotar uma perspetiva de médio-longo prazo, o que pode ser uma vantagem psicológica: evita a tentação de reagir de forma impulsiva a eventos de curto prazo e favorece uma gestão patrimonial mais estável e planeada. Além disso, a possibilidade de participar em operações anteriormente inacessíveis — como promoções residenciais, reabilitações estratégicas ou desenvolvimentos chave na mão — permite capturar parte do valor que tradicionalmente esteve reservado aos grandes fundos.

Em suma, graças à evolução do setor e ao impulso de plataformas especializadas como a Urbanitae, o private equity imobiliário deixou de ser um território exclusivo. Hoje, qualquer investidor com visão de longo prazo, vontade de diversificar e um capital razoável pode fazer parte desta estratégia, combinando as vantagens do capital privado com a solidez do setor imobiliário.

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